Royalteen

“Royalteen”- Idem, 2022

Direção: Per-Olav Serensen

É verão em Oslo, capital da Noruega. A família recém chegada na cidade, já se adaptou.  A filha mais velha, Lena (Ines Heysater Assereson) tem 16 anos e se prepara para conhecer sua nova escola. E fica sabendo que o príncipe herdeiro (Mathias Storhel) e sua irmã gêmea, estarão na mesma classe que ela.

A mãe de Lena está mais empolgada com a notícia do que a própria Lena, uma adolescente bonita e sem muita vaidade. Ela ajuda a mãe, principalmente cuidando do irmãozinho, bebê ainda. Muito carinhosa e atenta, mostra amar a criança. Estranhamos a diferença de idade entre esses irmãos mas a mãe de Lena é ainda jovem.

Na sala de aula, por acaso, o príncipe Kalle como todos o chamam, senta-se ao lado de Lena. Vemos que simpatizam um com o outro. A irmã, princesa Margrethe (Elli Muller Osborne), segue a conversa dos dois com um olhar de não aprovação. Há ciúme e inveja nesse olhar.

O príncipe tem reputação de ser mulherengo. Na imprensa, ele é o príncipe playboy. Mas Kalle é popular entre os alunos e não tem nada da arrogância de sua irmã.

Não nos esqueçamos que na Noruega o sistema é monárquico e existe uma família real amada e respeitada.

O fato é que o príncipe se encanta com Lena, que é muito diferente da irmã dele e amigas dela. Ele quer estar com Lena e a convida para uma festa, para passear no barco dele e até para um inesperado almoço com a família dele. O rei parece apreciar o jeito simples de Lena e sua beleza natural.

Tudo parece que vai bem. Porém aqui começam as diferenças entre esse filme e outros sobre príncipes e princesas que namoram plebeus.

Em “Royalteen” o tom não está na realeza versus uma pessoa comum. Na realidade, quem posta uma selfie deles, que viraliza, é o príncipe e Lena não gosta. Aos poucos vamos ver que Lena guarda um segredo e não quer se expor.

O que fez a família mudar de cidade? Por que Kalle evita o sexo com Lena? A rainha que aparece rapidamente e não participa do almoço em família, está doente?

Ou seja, todos são seres humanos, com defeitos e qualidades. E nem tudo pode ser comentado em voz alta. E nisso o filme “Royalteen” difere da estética e da frivolidade tão presentes quando se fala de príncipes e princesas.

O final é abrupto e inesperado. Não ficamos sabendo se vai haver uma sequência ou se o diretor e o roteiro apostam num corte que mostra que a vida continua e que, como para todo mundo, só acaba quando termina.

No mais, os passeios em Oslo são atraentes, com destaque para o mundialmente famoso Parque de esculturas do artista Gustav Vigeland e os fjords, os mais belos do mundo.

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