Palma de Ouro no Festival de Cannes

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Palma de Ouro vai para “Amour” de Michael Haneke no Festival de Cannes – Com o diretor italiano Nanni Moretti como presidente do júri, A Palma de Ouro foi para o diretor austriaco Michael Haneke que apresentou seu filme “Amour”. O filme era o favorito da competição e conta a história de um casal de idosos, interpretados pelos consagrados Jean- Louis Trintgnant e Emmanuelle Riva, ambos com mais de 80 anos. Na história, a senhora está com uma doença em fase terminal e o casal enfrenta essa morte juntos. A filha deles é Isabelle Huppert, que já trabalhou com Haneke em “A Professora de Piano” de 2001.
Michael Haneke, 70 anos, ganha assim a Palma de Ouro pela segunda vez. A primeira foi há três anos atrás com ”A Fita Branca”, filmado em deslumbrante branco e preto, passando-se a história numa cidadezinha alemã, na primeira década do século XX .Nesse filme Haneke diz que tentou estudar as raízes do mal. Ele é o único diretor a ter conseguido esse feito, sendo laureado duas vêzes com o famoso prêmio.

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Branca de Neve e o Caçador

“Branca de Neve e o Caçador”- “Snow White and the Huntsman”, Estados Unidos, 2012

Direção: Rupert Sanders

Preparem-se. A história de Branca de Neve foi repaginada da cabeça aos pés.

Esqueçam a mocinha do conto dos irmãos Grimm de 1812, do desenho animado de Disney de 1937 e do filme “Espelho, Espelho Meu” que acabamos de assistir, dirigido pelo indiano Tarsem Singh.

Nessa releitura da história infantil mais famosa de todos os tempos, só os adultos são bem vindos. A recriação em tons escuros, as cenas assustadoras e os figurinos “dark”, não são para criancinhas.

A começar pela madrasta, a malévola e bela Ravenna (Charlize Theron, em momento pérfidamente brilhante), que se veste com asas de corvos e com o couro preto das roupas fetichistas e usa uma negra coroa pontiaguda que combina com o seu olhar penetrante e letal. Ela é uma mistura de bruxa com vampira que, para conservar a beleza eterna, precisa sugar a vida de muitas jovens donzelas.

Nesse estado de coisas, Branca de Neve (Kristen Stewart, a Bella de “Crepúsculo”) é um impecilho para a madrasta má, não só porque é a mais bela mas porque é a herdeira carismática do trono usurpado às custas de um assassinato real, cometido por Ravenna. Ela precisa do coração puro de Branca de Neve para conquistar plenamente o reino.

A beleza e a juventude não valem nada sem o poder absoluto, acredita essa rainha tão parecida com todos os tiranos de ontem e de hoje.

Mas Branca de Neve também não é mais aquela. À altura do mal que tem que enfrentar, ela está qual uma Santa Joana D’Arc, vestida em sua armadura brilhante e cavalgando entre seus soldados fiéis, para reaver o trono do pai.

Os famosos sete anões são agora oito e, recriados por computador, são interpretados por atores de altura normal e caras conhecidas (Ian McShane, Toby Jones e Ray Winstone, entre outros). Também não são mais bonzinhos.

E o caçador do titulo do filme, vivido por um másculo Chris Hamsworth, tem um papel mais importante na história do que o príncipe encantado, que aqui não passa do filho de um duque, William (Sam Caftlin), que é amigo de infância de Branca.

Em uma das mais belas cenas do início do filme, os dois brincam debaixo de um enorme macieira branca de flores, cujos frutos futuros lembram a versão dos irmãos Grimm. Mas nem a maçã escapa. Agora além de envenenada, é também peluda.

Bem. A história de “Branca de Neve e o Caçador” tem ingredientes capazes de empolgar a quem gosta mais de um filme de ação que de histórias de amor.

Afinal, o próprio diretor, o estreante Rupert Sanders, de 41 anos, afirmou que o seu objetivo era tirar as teias de aranha desse conto secular.

E, provávelmente, ele está certo, porque o cinema é magia e permite todas as ousadias a quem sabe fazer bons filmes.

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