Ghost

“Ghost – Do Outro Lado da Vida”- “Ghost”, Estados Unidos, 1990

Direção: Jerry Zucher

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Um dos filmes mais emblemáticos dos anos 90, “Ghost” é conhecido tanto por sua história, que é uma fábula sobre o poder do amor, quanto pela música  “Unchained Melody”, cantada pelos Righteous Brothers e composta por Maurice Jarre e Alex North.

Os protagonistas, Demi Moore (Molly) e Patrick Swayze (Sam) formam um casal com uma história de amor juvenil.  Eles vão morar juntos num apartamento charmoso e antigo, que eles mesmos reformam. Ele trabalha num banco e ela é ceramista.

A cena mais famosa do filme é justamente a que apresenta pela primeira vez a música que ficou famosa, fundo musical para a química do par. Ela está moldando um vaso em argila e ele chega por trás dela, bem sensual. O desmoronar do vaso e o remontar dele a quatro mãos é tão sugestivo que marcou o público. Não há quem tenha visto o filme e não reconheça essa cena.

O filme foi sucesso de bilheteria no mundo todo e indicado a 6 Oscars, inclusive o de melhor filme. Ganhou dois: o de melhor roteiro original (Bruce Joel Rubin) e melhor atriz coadjuvante para Woopi Goldberg.

Todo mundo conhece a história e sabe que ele morre assassinado saindo do teatro e que, a partir daí, fica em espírito protegendo Molly e querendo ficar um pouco mais com ela. Mas não pense que é um filme com ideias religiosas. Não importa se acreditamos ou não em vida depois da morte porque o filme quer mesmo é mostrar a força do amor.

A vidente que não acredita em fantasmas é a personagem de Whoopi Goldberg e ela consegue uma atuação muito divertida. Falsa médium que era, ela passa a ajudar Sam a ajudar Molly, já que ela é a única que consegue vê-lo e ouvi-lo. Sam conseguiu fazer com que ela aceitasse o dom que passara da avó para a mãe dela.

Os efeitos especiais são muito bem feitos, criativos e adequados para contar a história. Não há exageros.

Patrick Swayze, que foi eleito o homem mais sexy do mundo depois desse filme, morreu de câncer no pâncreas aos 57 anos. Ele será sempre lembrado por “Ghost” e “Dirty Dancing” de 1987.

Demi Moore, 57 anos, ficou conhecida por “Ghost”, onde ela mostra uma sensualidade natural, cabelos curtos e pouca maquiagem. Depois veio “Proposta Indecente” de 1993 e “G. I. Jane” de 1997, com os cabelos raspados. Sua vida pessoal alimentou manchetes apimentadas  envolvendo seus casamentos com Bruce Willis e Ashton Kutcher.

“Ghost”, provavelmente o filme mais reprisado na TV, agrada até hoje porque fala de amor e emociona, levando muita gente às lágrimas.

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Anos 90

“Anos 90” - “The Mid90s’ ”, Estados Unidos, 2019

Direção: Jonah Hill

A vida está difícil para aqueles dois irmãos. Os pais se separaram. A mãe (Katherine Waterston) está querendo arranjar outro companheiro. Homens entram e saem. A casa em Los Angeles, classe média, parece sem dono. A autoridade da mãe é relativa. Limita-se a controlar os horários do filho menor chegar em casa à noite.

Eles estão sem pai, sem modelo, perdidos. Mas não tão perdidos como outros meninos, com vidas piores.

É o que Stevie, 13 anos, (Sunny Suljic) vai descobrir quando se esforçar para ficar amigo dos garotos maiores que ele e seus skates. Ele olha maravilhado para aqueles deuses fazendo acrobacias, rindo, falando palavrões, invadindo lugares proibidos, enfrentando o mundo.

Stevie quer ser alguém. Ele tem lindos olhos azuis que os cabelos cobrem, é pequeno mas quer ser como Ray, Fuckshit e os outros. Porque se entra no quarto do irmão mais velho Ian (Lucas Hedge), onde estão as coisas preciosas que fazem do irmão outro modelo que ele quer imitar, apanha.

Steve cansou disso tudo e vai procurar alguém que o ensine como ser homem e feliz. O grupo dos skatistas vai ajudar e melhorar sua auto estima, mas vai também apresentá-lo à bebida e drogas, que sabemos como acaba mal.

Stevie vai aprender sofrendo, como quase todo mundo daquela idade, em qualquer cidade desse planeta.

Mas ele é simpático, determinado e faz qualquer coisa para ganhar a admiração dessa turma de garotos perdidos.

Ele vai aprender uma coisa importante com Ray (Na-kel Smith), o garoto negro, o melhor skatista do grupo. Numa conversa a dois, o menino mais velho diz para o mais moço que a gente sempre pensa que a vida que temos é a pior. Mas, acrescenta, isso é porque não conhecemos por dentro a vida dos outros.

Aqui, a roupagem, as músicas e as gírias são dos anos 90 mas a crise da passagem para a adolescência tem sempre os mesmos roteiros. O interessante do filme é apresentar os problemas de um menino. Na maioria das vezes são explorados os problemas das meninas.

Jonah Hill, mais conhecido como ator, aos 36 anos estreia na direção. Ele também escreveu o roteiro e deve ter se inspirado nas próprias experiencias e no que viu acontecer no anos 90.

“Anos 90” conta uma história banal da passagem da infância para a adolescência com humor e delicadeza. Consegue comover e ensinar uma lição que não precisa ser aprendida da pior maneira possível.

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