Entre Dois Amores
“Entre Dois Amores”- “Out of Africa”, Estados Unidos, 1985
Direção: Sidney Pollack
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Um grandioso poente mostra o perfil sombreado de um homem, ao som de uma sonata de Mozart. A voz da narradora, que vemos sentada em sua mesa de trabalho, escreve a história desse homem em sua vida.
Ela se lembra de quando ele a levou para ver a África “com os olhos de Deus”, num avião amarelo. E as cenas se sucedem em sua memória e na tela. Eles dançando, se beijando, uma cama desfeita…
E ficamos sabendo depois que ele era Denys Finch Hatton (Robert Redford), filho caçula de um rico lorde inglês, que levava os endinheirados do mundo em safáris, entre uma ida a Londres e volta à África. Era conhecido como o “Caçador Branco”.
Ela (Meryl Streep) era a Baronesa Karen Blixen, filha de uma rica família dinamarquesa, que tinha tido um romance com o seu primo sueco, Barão Bror Blixen, até ele a trocar por outra. Não tinha sido feito para o casamento. Assim, ela se casa com o irmão gêmeo dele (ambos na pele do grande ator Klaus Maria Brandauer).
Mas Karen vai se apaixonar perdidamente por aquele homem com quem começou a narrativa. Ela, que na vida real é escritora, sob o pseudônimo de Isak Dinensen, vai contar a história de amor que viveu na África, nas primeiras décadas do século XX.
De 1913 a 1931 a Baronesa morou nas terras do atual Kenia, onde ela cuidava de uma grande plantação de café que pertencia ao casal Blixen. Mas que fora comprada e sustentada com o dinheiro de sua família. Depois de uma longa viagem ela chega lá, com seus cristais e prataria, para viver praticamente sem o marido, muito semelhante ao irmão, mulherengo e com horror ao trabalho.
Mas Karen com os seus “kukuios”, uma tribo de africanos que vivia no local há muitas gerações, consegue prosperar.
A fotografia é magnífica, realizada por David Watkins e mostra paisagens e animais do continente africano em tomadas do alto, mostrando horizontes longínquos, poentes e auroras com cores deslumbrantes, dias de sol e chuva e noites estreladas.
O filme é uma adaptação por Kurt Luedtke das memórias de Karen Blixen, escritas com o título de “Out of Africa”. Dirigido pelo grande Sidney Pollack (1934-2008) foi muito premiado. Podemos citar o Oscar de melhor diretor e melhor filme, também o de melhor música original por John Barry, melhor roteiro por Kurt Luedtke e melhor fotografia por David Watkins, além da indicação de melhor atriz para Meryl Streep.
Um grande filme. Um clássico do cinema. Imperdível.