A Imperatriz

“A Imperatriz”- “The Empress”, Alemanha, 2022

Direção: Florian Cossen e outros

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Ela era muito jovem, bela e rebelde. E não fazia planos para sua vida. Sua mãe a atormentava porque recusava casar-se com os duques e condes que escolhia para a filha. Até o dia em que Elizabeth von Wittelsback, princesa da Bavaria, encontrou-se por acaso com Francisco José I, nos jardins do palácio real de Schonbrunn, em Viena. Ele deveria casar-se com Helena, irmã de Sissi, como a chamavam. Mas  encantou-se por ela, a mocinha de cabelos castanhos e olhos azuis, dona de respostas prontas e sagazes.

“- Você me faz lembrar de quem eu era antes de ser Imperador “diz ele sorrindo.

E assim foi. No dia 24 de abril de 1854 celebrou-se com pompa o casamento. E, no início foram felizes.

Mas a arquiduquesa Sophia, que não a aprovava, mãe do Imperador e seu irmão Maximilian, que cobiçava o trono do irmão, complicaram a vida dela. E ela partia para cavalgadas ao nascer do dia, montando em pelo, camisola e cabelos ao vento.

A série de 6 capítulos é majestosa nos cenários palacianos, nos jardins manicurados de Schonbrunn, na elegância dos figurinos com toques modernos, cabelos em coques e tranças adornados com joias, coroas, chapéus e pequenos arranjos de plumas e flores.

Valsas de Strauss e música contemporânea conferem originalidade às imagens, com tomadas de cenas exteriores mostrando a beleza da natureza.

Sissi (Devrim Lingnau) que idealizava o amor, era romântica e escrevia e lia poesia. Queria a presença do marido (Phillip Froissant). Adorava cavalos, cachorros e caçadas. Mas, na corte, só queriam que ela fosse uma bela presença. Isso não bastava para Sissi. Ela ouvia o clamor do povo que tinha fome e sede de justiça.

A cena final mostra a solidariedade com seus súditos que cercavam o palácio, apavorando a todos, menos ela, que vai em direção a multidão com firmeza e bondade.

Não sabemos ainda se a vida de Sissi será mostrada em outras temporadas da série. Esperamos que sim porque a vida dela, que já foi contada em outros filmes, celebrizando Romy Schnneider, ainda guarda interesse porque Sissi foi um ícone da nobreza do século XIX, a última imperatriz da Áustria e Hungria.

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O Resgate na Caverna Tailandesa

“O Resgate na Caverna Tailandesa”- “Thai Cave Rescue”, Tailândia, Estados Unidos, 2022

Direção: Kevin Tancharoen e outros

Era um belo dia de sol nos campos da Tailandia e os garotos se preparavam, cada um em sua casa, para o treino de futebol. Eram 13 meninos que formavam o time “Javalis Selvagens”. Quando terminaram o treino com o treinador assistente, como o prometido, vão visitar a caverna Tam Luang, não muito longe dali.

Vemos os meninos alegres em suas bicicletas, passando por campos de arroz e florestas, tudo encharcado pelas chuvas intermitentes. Mas ainda não eram as chuvas das monções.

As crianças estavam acostumadas a visitar a caverna e entrar nela com apenas uma lanterna na mão. Naquele dia pretendiam passar mais tempo por lá. Deitados nas pedras, apreciavam um trecho da parede que faiscava com a luz, contra um fundo negro. Parecia o céu noturno com estrelas.

Mas lembraram que um deles comemorava seu aniversário e tinham que chegar a tempo para a festinha. Resolveram encurtar o passeio.

Mal sabiam o que estava à espreita. A chuva que caíra nos dias anteriores tinha escoado para dentro da caverna e a pancada forte daquele dia, quando estavam na caverna,  inundara tudo rapidamente. Os meninos correram para uma reentrância da pedra para se abrigar. Estavam ilhados.

Era o dia 23 de julho de 2018 e aqueles garotos e seu treinador vão passar por um terrível pesadelo.

A minissérie da Netflix, filmada como se fosse um documentário, com ótimos atores mirins, vai nos trazer para a boca da caverna, onde os pais dos meninos aguardavam os acontecimentos. Aflitos e chorosos, à medida que o tempo passava, continuando a forte chuva, passaram a esperar pelo pior.

Aliás o mundo inteiro ficou sabendo do resgate dramático que teve que ser feito de uma maneira  inédita e perigosa. O suspense e o desespero dos envolvidos no resgate são muito bem encenados e nos grudam na tela. Participamos das tentativas e das decepções.

Os meninos enfrentaram fome, frio e medo. E o pior é que novas chuvas e uma tempestade mais forte ainda do que as anteriores colocou todas as vidas dos mergulhadores que tentavam salvar os meninos, em perigo.

A minissérie de 6 episódios é baseada em fatos reais mas nomes e personagens e algumas ocorrências entre os que estavam na boca da caverna, foram imaginados pelos que escreveram a história, Michael Russell Gunn e Dana Ledoux Miller.

Vale a pena ver a minissérie que mostra não só o drama que estava acontecendo dentro da caverna mas a prontidão e a generosidade dos mergulhadores, marinha americana e tailandesa, e até dois australianos, únicos no mundo nessa especialidade de salvamento em cavernas. Corajosos heróis.

Uma vida foi perdida mas todos os outros se salvaram.

Um verdadeiro milagre.

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