Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” - “Everything Everywhere All at Once”, Estados Unidos, 2021

Direção: Daniel Kwan, Daniel Scheinert

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Evelyn Wang, imigrante chinesa, meia idade, casada com Waymond, encontra-se em grandes dificuldades. Más notícias é o que não faltam.

Ela (Michelle Yeoh) e o marido (Ke Huy Quan) tem uma lavanderia que não vai bem. Pior. Os impostos são altos e eles não tem como pagar. Uma reunião assustadora com a fiscal do imposto de renda, Deirdre Beau Beaubeird (Jamie Lee Curtis) está marcada para a tarde daquele dia que começou mal. Como explicar as mentiras que colocaram no imposto para pagar menos?

E tem mais. Ela tem que preparar uma festa para aquela noite porque é a celebração do Ano Novo chinês. E Evelyn não está com cabeça porque sente que o marido está se afastando dela.

Como se não bastasse, Joy (Stephanie Hsu), a filha dos dois, uma jovem revoltada e emburrada, quer apresentar a namorada dela, Becky, para o avô Gong Gong (James Hong). Tudo que a mãe dela não quer que aconteça. Evelyn sabe o quão difícil é para ela aceitar tal namoro, imagine o pai dela. Ela não teve que fugir de casa para poder viver a sua vida? O pai não gostava do então namorado dela, Waymond.

E lá se vão, ela e o marido, para a reunião com a fiscal, que chama várias vezes pela atenção da Sra Wang, que parecia muito distraída e ausente. E Evelyn não está memo presente.

A defesa de Evelyn para não ter que enfrentar a realidade, muito pesada, seria a de fugir, correr dali e sumir. Mas como não pode fazer o que fez quando fugiu de casa para se casar, ela foge de outra maneira. Para dentro de si mesma.

E começa uma viagem lisérgica para Evelyn. Os multiversos para onde ela se transporta serão  aterradores e complicados. Tudo para evitar pensar no que está acontecendo ali.

Evelyn surta. Mas a defesa da loucura protegerá Evelyn do encontro com o que está acontecendo na vida dela?

“Não se esqueça de respirar” diz alguém para Evelyn e vale também para a plateia exausta por acompanhá-la. E nos reconhecemos nela. Quantas vezes na vida a realidade nos sufoca?

Alguns vão gostar muito do filme, outros não.

Mas uma coisa é certa. Há aqui muita imaginação no roteiro dos Daniels, como os criativos diretores gostam de ser chamados. A direção dos excelentes atores também é digna de nota. E a produção de arte faz um trabalho espetacular, cena após cena, nas quais mergulhamos com Evelyn.

O filme foi indicado para 11 Oscars.

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