Areia Movediça

“Areia Movediça” – “Quicksand”, Suécia, 2019

Direção: Per Olav Serensen

Tiros. Sangue no chão do que parece ser uma sala de aula. Papéis ensanguentados, jeans e tênis em corpos pelo chão. Não há rostos visíveis. Mas uma menina de cabelos negros compridos é focalizada em close. Seus olhos azuis estão parados e vazios. Está em choque.

Policiais invadem o local, armados, e levam Maya Norbey numa ambulância.

É examinada pelos médicos, trocam suas roupas sujas de sangue, tiram fotos dela, de suas mãos ensanguentadas. No banho, a água mistura-se ao sangue saindo pelo ralo.

O advogado chega depois dos pais. Estes, atordoados, são levados daquela sala onde Maya, ainda muito longe dali, ouve a detetive dizer que ela é acusada de homicídio e cumplicidade.

E acompanhamos o flashback de Maya que se lembra  daquela noite de verão quando ouviu Sebastian (Felix Sandman) chamá-la, da porta da boate por onde ela passava, a caminho de casa.

“- Ele podia namorar qualquer uma mas me escolheu,” diz para a melhor amiga. Já estava seduzida. Há um brilho narcísico em seus olhos.

Sebastian era disputado porque tinha um belo conversível e, como era o garoto mais rico da escola, gastava em festas, bebida e drogas. Faltava muito nas aulas, o que o pai dele abominava. Mais pelas ligações do diretor do que pelo comportamento do filho.

Maya era boa aluna, sua família morava bem mas não tinham os luxos que Sebastian apresentou a Maya. Ela era muito afetiva com a irmã menor e a maior amiga.

Sebastian não tinha mãe, porque ela fora expulsa da casa, sem direito de ver o filho. Mas também não tinha pai de verdade. O preferido era seu meio irmão mais velho que era brilhante e bem relacionado. Estudava em Harvard.

Quando ficou conhecendo Maya, o pai de Sebastian pediu que cuidasse dele. Ele mal via o filho.

Havia um cenário propício para que Maya ficasse cega frente ao perigo que estava correndo.

Muito inexperiente, idealizava o amor romântico e confundiu a carência e o egoísmo de Sebastian com sua simulação de amor por ela. Ele precisava dela. Mas não era amor o que sentia.

O pior foi quando sua psicopatia disfarçada começou a ser vista por todos, já que ele vivia drogado. Quando ela quis se afastar dele era tarde demais.

Acrescente-se a tudo isso o fácil acesso a armas, já que todo mundo pode tirar porte de arma para caça aos 18 anos de idade.

A série “Areia Movediça” tem 6 capítulos e é muito bem feita. O aqui contado já sabemos, mas sem profundidade, desde os primeiros episódios. O suspense é lento e bem montado e os atores são perfeitos.

E o final é surpreendente. Vale a pena.

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