Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte
“Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte”- “Gemma Bovery”, França, Inglaterra, 2014
Direção: Anne Fontaine
Existem muitas Madames Bovary, nos lugares mais comuns do mundo. Ou seja, casamentos aborrecidos, onde um alguém busca outro alguém para se animar. Tanto homens como mulheres podem ser uma Emma Bovary.
Ou achar que alguém é a Bovary.Ou seja, os próprios desejos reprimidos fazem essa pessoa ter medo do que vai acontecer ao outro. Ou outra.
No caso desse filme, adaptado de um livro ilustrado de Posy Simmonds, autora inglesa, a “Gemma Bovary” é uma bela jovem inglesa, casada, que acabou de ter uma decepção amorosa, que o marido desconhece e achou melhor casar e se mudar.
O casal de ingleses vai para a Normandia, norte da França e a casa deles é pitoresca mas muito desconfortável para alguém que viveu em Londres.
Acontece que o vizinho do casal, o padeiro francês Martin (Fabrice Luchini, sempre excelente) é grande conhecedor da literatura e aprecia Flaubert e seu romance de 1857, “Madame Bovary”, sobre Emma, uma dama casada e entediada, que procura amores para se distrair de um vazio existencial. Só que ela acaba mal.
Ora, quando o padeiro se depara com Gemma, um monumento de mulher, é como se fosse fulminado por um raio. A sua Bovary, vive ao lado da casa dele e, ao mesmo tempo que a deseja e só pensa nela, defende-se desse amor fatal tentando protegê-la do seu horrível fim.
“- Lá se foram 10 anos de tranquilidade sexual”, suspira num momento de lucidez.
E, como o filme começa pelo fim, o padeiro rouba o diário de Gemma que o marido ia queimar e passa as noites a ler e reviver o que se passou, agora sob o ponto de vista de sua Bovary.
Anne Fontaine, diretora do filme, confessa que resistiu à ideia de escolher a inglesa Gemma Aterton para fazer o papel, já que ela tinha atuado em um filme adaptado de um outro livro da mesma autora de “Gemma Bovery”. Mas, aconselhada por Isabelle Huppert, deixou-se também levar pelo magnetismo dessa bela mulher, tão fascinante para homens e mulheres. Um corpo escultural e generoso, um jeito adolescente e um ar meio desligado, compuseram uma Gemma Bovery irresistível.
As belas paisagens da Normandia no verão e os encontros campestres de Gemma e sua cadelinha Carrington e o padeiro Martin e seu cão Gus, trazem ao filme um prazer a mais.
E você não precisa ter lido Flaubert para se envolver, mesmo não querendo, com essa outra dama e sua história amorosa.
Parabéns, Eleonora, por suas críticas sagazes e interessantes!
Obrigada.
Abraços
Ana Maria querida,
Seu comentário foi música para os meus ouvidos!
Bjs
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Minha Sinopse
Nasci em São Paulo, Capital. Sou a primeira filha de sete irmãos nascidos de Yvette e Octavio Pereira de Almeida, casada com Ivo Rosset. Estudei Psicologia na PUC de SP e Direito no Mackenzie. Sou psicanalista, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP. Atendo em meu consultório há mais de 30 anos. Sempre adorei cinema, desde as sessões Tom e Jerry, passando pelo Cine Bijou até o saudoso Belas Artes. Meus filmes preferidos: “Morte em Veneza” de Visconti e “Asas do Desejo” de Wim Wenders.
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