Goyo

“Goyo”- Idem, Argentina, 2024

Direção: Marcos Carnevale

Ele é guia voluntário num museu de Buenos Aires. Percebe-se que ama a arte e entende profundamente a respeito. O grupo que o segue ouve o que ele explica mas pouco interagem. A comunicação não é o forte de Goyo. Ele é “diferente”. Muito educado e bem vestido, seu andar é um tanto rígido.

Na piscina, junto a outros com problemas de desenvolvimento neurológico, ele se sobressai, nadando com vigor. Mas a nota dissonante aparece quando o vemos agarrado à escada, sentado no fundo da piscina, com uma expressão angustiada.

Avisado, o professor se zanga:

“- Um dia você morre afogado Goyo!”

Goyo (Nicolás Furtado) tem um autismo leve (Asperger) e vive com seus dois meio-irmãos numa bela casa. Gosta de ser voluntário no museu e pinta quadros. Mas ultimamente falta-lhe inspiração. Seu artista preferido é Van Gogh e conhece bem tudo sobre ele.

Goyo se dá muito bem com o irmão mais velho (Pablo Rago) mas a irmã (Soledad Vilamil) é superprotetora e acha que Goyo tem que ser vigiado para que não sofra.

A família se divide quanto à capacidade do irmão mais jovem conseguir levar uma vida como eles mesmos.

E o problema surge naquela tarde chuvosa quando Goyo vê Rosa Montero (Nancy Dupláa) lutando com um guarda

chuva que não quer se abrir.

Foi amor à primeira vista. Ele a vê num quadro do estilo Van Gogh, bela, mais jovem do que Rosa é. Encantadora.

Ela, com problemas em casa, com um marido que não aceita a separação, não percebe o rapaz que a olha embevecido.

Ela também trabalha no museu e Goyo a procura lá. Há uma atração recíproca mas Rosa hesita. Ele é diferente de todos os homens que conheceu na vida.

Rosa vai conseguir ultrapassar o preconceito e o medo das esquisitices de Goyo?

Esse é um filme delicado que trata de um assunto ainda mal comprendido. Todos temos algo estranho. Ninguém é perfeito.

E a Sindrome de Asperger suscita muita discussão. Não é “doença”. Por isso não tem “cura”. Então talvez possamos pensar em afastar preconceitos e tentar ser mais sensíveis com pessoas que são diferentes de nós? Os ditos “normais”?

Vamos pensar nisso?

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