Rota Irlandesa
“Rota Irlandesa”- “Irish Route”, Reino Unido, França, Bélgica, Itália, Espanha, 2010
Direção: Ken Loach
Um homem jovem, que parece muito perturbado, está numa balsa que cruza um mar cinzento. O grito das gaivotas se mistura, em sua cabeça, com as últimas palavras de seu amigo, ouvidas em mensagens deixadas em seu celular. Mensagens de socorro que ele não ouviu a tempo…
Lembra-se deles dois, nessa mesma balsa, anos atrás, felizes, sonhando em conhecer o mundo, viajar para lugares distantes da Liverpool, onde nasceram e cresceram juntos. Como irmãos.
Nunca mais.
Fergus (Mark Womack, ator emocionante) pensa em Frankie (John Bishop), que ele convenceu a ir para o Iraque, para trabalharem juntos como mercenários, em uma empresa de segurança. Ele voltou mas seu amigo…
Ao entrar na igreja onde será feito o serviço fúnebre, é atacado por uma moça loura (Andrea Lowe), que grita:
“- Eu odeio você! Você matou Frankie!”
Seu belo rosto desesperado está tão pálido como o do amigo Fergus. Rachel era a namorada de seu querido Frankie, que ele nunca mais verá.
“- Eu preciso vê-lo”, implora Fergus.
“- Mas o caixão está lacrado. Seu amigo foi muito ferido, muito machucado… Sinto muito…”, diz o responsável.
Quando as luzes se apagam na igreja, Fergus abre o caixão com um pé de cabra e procura a mão do amigo.
“- Frankie, o que fizeram com você?”
O que Fergus vai fazer? Vingar-se. Ele vai atrás, para descobrir o que aconteceu com seu amigo no Iraque, na chamada Rota Irlandesa, a estrada mais perigosa de Bagdá.
Mas nada vai adiantar porque o luto de Fergus é um luto impossível. A culpa o persegue desde que voltou da maldita guerra. O pesadelo recorrente, que mostra a menina quase morta apontando um dedo acusador para ele, não o deixa dormir.
Ele mora em um apartamento que parece um acampamento. Uma cama de campanha, um computador sobre uma mesa. Na verdade, ele não voltou do Iraque. Sua alma ficou lá.
“- Eu só queria ter de volta quem eu era…” soluça ele para si mesmo.
Ken Loach, o premiado diretor de “Ventos da Liberdade”, faz em “Rota Irlandesa” um filme sobre a impossibilidade de alguém voltar ileso de uma guerra.
Com cenas reais de morticínios no Iraque, Loach e o roteirista Paul Laverty, alertam para o horror da guerra que é mostrada ao vivo.
O desespero de todos e a culpa, que não deixa viver, são o mais forte libelo contra a insanidade e a barbárie.
Quando é que vamos acabar com essa loucura? Essa é a pergunta do filme “Rota Irlandesa” que os homens ainda não escutaram.
Assisti Rota Irlandesa ontem, o filme é muito bom e bastante denso por questionar o problema do ser humano, seja ele de qualquer nacionalidade ou credo religioso, que, conseguindo voltar vivo dessas guerras insanas e crueís, nunca mais será o mesmo, e acabará optando pela autodestruição.
Um assunto muito triste e merecedor de uma boa reflexão.
Sonia querida,
Que bom que eu não fui a única a ver ” Rota Irlandesa”. Um filme raro pq é uma reflexão de um humanista sb uma guerra banalizada a tal ponto que nem sai mais nos jornais…
Mas claro que Ken Loach se refere à mutilação que qq guerra faz ao ser humano envolvido nela.
É um libelo comovente sb a destruição interna que a guerra provoca. Eu achei imperdível.
Bjs
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Minha Sinopse
Nasci em São Paulo, Capital. Sou a primeira filha de sete irmãos nascidos de Yvette e Octavio Pereira de Almeida, casada com Ivo Rosset. Estudei Psicologia na PUC de SP e Direito no Mackenzie. Sou psicanalista, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP. Atendo em meu consultório há mais de 30 anos. Sempre adorei cinema, desde as sessões Tom e Jerry, passando pelo Cine Bijou até o saudoso Belas Artes. Meus filmes preferidos: “Morte em Veneza” de Visconti e “Asas do Desejo” de Wim Wenders.
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