The Post – A Guerra Secreta
“The Post – A Guerra Secreta”- “The Post”, Estados Unidos, 2017
Direção: Steven Spielberg
Estamos em plena guerra do Vietnam, 1966.
Os soldados americanos se preparam para uma investida noturna. Pintam os rostos de negro, colocam munição nos rifles. Tudo está molhado, há poças enormes de lama no terreno do acampamento.
Corpos contraídos, medo. Passos silenciosos na noite. Uma floresta encharcada. De repente, explosões. Uma emboscada. Gritos, choro, metralhadoras matraqueando.
Os helicópteros resgatam os feridos em macas e os mortos em sacos.
Um homem se concentra em sua máquina de escrever. O horror é posto em palavras. O analista militar Daniel Ellsberg (Mattew Rhys) escreve para o Secretário de Defesa Robert McNamara (Bruce Greenwood). As notícias não são boas.
Estranhamente, o Secretário de Defesa quando entrevistado, fala em progressos e otimismo quanto à vitória dos americanos nessa guerra.
O que o filme “The Post” conta é um episódio vergonhoso para os presidentes dos Estados Unidos, que desde 1945 mentem sobre o estado de coisas no Vietnam.
Existem arquivos de 1945 – 1967 que contam a verdade. Mas esses documentos são “top secret”. Ninguém pode saber o que há neles. Porque mesmo sabendo que não há chance de vencer essa guerra, rapazes americanos continuam a ser enviados para a morte.
Washington, 1971.
A dona do “The Washington Post”, magnificamente interpretada por Meryl Streep (e marcando sua 21ª indicação ao Oscar de melhor atriz), Katharine Graham, assumira o jornal de seu pai, que tinha sido dado ao seu marido, que se suicidara.
O editor executivo do jornal dela, Ben Bradlee (Tom Hanks) mais parece o dono. Ele decide tudo sem consultar ninguém. Quando pede a opinião de Kate é “pro forma”.
E então aparece a Casa Branca e vemos Nixon, o presidente, vociferando no telefone. Ele barra do casamento de sua filha qualquer jornalista do jornal de Graham. Não gostou do modo como sua filha fora ridicularizada por uma jornalista desse jornal. Parece algo atual? Pois é.
Steven Spielberg sabe como contar uma história e nos envolver num suspense do qual sabemos o fim desde o começo. Esse sempre foi o talento do diretor.
Porque o casamento da filha de Nixon vai ser totalmente eclipsado quando o “New York Times” publica em sua primeira página, a primeira das reportagens sobre os Papéis do Pentágono, como vieram a ser conhecidos os arquivos “top secret” sobre a guerra do Vietnam. A ironia é que o “The Washington Post” também havia recebido o material mas não publicara a tempo e perdera a oportunidade.
O “Post”, empresa familiar estava nesse momento se abrindo para o mercado de ações. Por necessidade de dinheiro para contratar bons repórteres, deixar de ser um jornal local e se tornar nacional.
Katharine Graham cresce nessa empreitada e é ela que vai decidir a publicação ou não dos arquivos de Robert McNamara, proibidos para a imprensa.
Um filme histórico que mostra a importância da liberdade de imprensa numa democracia e a coragem de uma mulher que enfrentou a si mesma para respeitar a verdade.
Muito interessante este filme que retrata um momento da historia dos EUA que se completa com o Watergate. Como, estudava em Harvard nesta época e vivi este momento, os protestos na universidades a reação do Nixon, com a escalada do Camboja e por fim o final da guerra este filme me trouxe recordações e me permitiu uma análise crítica daquele momento vivido apaixonadamente. Confesso que fiquei com uma pontinha de inveja desejando que no Brasil a imprensa e a justiça tomassem mais partido pela verdade e pela democracia da informação. A imprensa são os olhos e ouvidos do povo quando agem com consciência na divulgação da informação.
Bem, recomendadíssimo assistir a este filme e se maravilhar com as interpretações da Meryl e do Hanks.
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Minha Sinopse
Nasci em São Paulo, Capital. Sou a primeira filha de sete irmãos nascidos de Yvette e Octavio Pereira de Almeida, casada com Ivo Rosset. Estudei Psicologia na PUC de SP e Direito no Mackenzie. Sou psicanalista, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP. Atendo em meu consultório há mais de 30 anos. Sempre adorei cinema, desde as sessões Tom e Jerry, passando pelo Cine Bijou até o saudoso Belas Artes. Meus filmes preferidos: “Morte em Veneza” de Visconti e “Asas do Desejo” de Wim Wenders.
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