Os Infiéis
“Os Infiéis”- “Les Infidèles” França, 2012
Direção: Direção: Jean Dujardin, Gilles Lellouche, Emmanuelle Bercot, Michel Hazanavicius, Eric Lartigau e Lionel Abelanski
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A cena antes dos créditos é deliciosa. Um homem atraente (Jean Dujardin) num conversível vermelho, canta uma música italiana acompanhando o CD no carro, na maior ostentação de virilidade… e o carro morre e ele não consegue fazer pegar na hora.
Aquele vexame. Todo mundo buzinando. É bem o clima do filme.
“Os Infiéis” só pode ser taxado de machista se não percebemos o sub-texto, que brinca com essa questão, até ridicularizando-a.
Quase sempre em tom de comédia farsesca, o filme trata da traição no casamento, em nove histórias curtas, a cargo de seis diretores e dentre eles, nomes como o de Michel Hazanavicius e Jean Dujardin. O primeiro, premiado diretor de “O Artista” e o segundo, o ator que ganhou o Oscar com o papel do astro decadente no filme que também levou o Oscar.
Quando “Os Infiéis” começa, dois amigos (Dujardin e Gilles Lellouche) traem suas mulheres com meninas de programa. Só que tudo acontece enquanto os dois conversam sobre a infidelidade, transando com as garotas lado a lado, na mesma cama. E os dois se perguntam: será que isso tem algo a ver com homossexualidade reprimida?
E os dois atores vão deixar a plateia boquiaberta no episódio final, em Las Vegas, que responde a essa pergunta do começo do filme. Preparem-se.
Os dois charmosos atores franceses, Jean Dujardin e Gilles Lellouche, brilham nessa comédia marota, “coquine” como dizem os franceses, fazendo vários papéis. Alguns muito engraçados.
Mas no esquete dirigido por Alexandre Courtès, quem atrai a atenção é o não menos famoso bonitão Guillaume Canet, marido de Marion Cotillard e também diretor de cinema, que aqui é o paciente ideal de uma psicóloga que faz uma estranha terapia para homens viciados em sexo. Depois dos créditos finais, ele aparece como solista no coral. Fiquem atentos.
Campeão de bilheteria na França, “Os Infiéis”, também tem momentos de quase drama num dos episódios que envolve um casal e pergunta: é melhor contar ou calar a traição?
O filme tem altos e baixos mas diverte. O humor às vezes é grosseiro e nada politicamente correto. Na França, feministas protestaram e o cartaz, que vemos no Brasil, foi censurado.
“Os Infiéis” será diversão certa para alguns mas nem tanto para outros, mais exigentes.
Mas é certo que todos vão adorar a trilha sonora que vai de “Fidèle”, cantada por Charles Trenet a “Just the Way You are” na voz de Billy Joel.
E para nós, mulheres, certamente é um prazer ver o charme desses atores franceses que encantam diante e por trás das câmaras.