Globo de Ouro 2018

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Eleonora Rosset

 

Globo de Ouro 2018

A festa da 75ª edição do Globo de Ouro teve uma grande vedete: o vestido preto e o smoking preto com camisa preta. A adesão à causa que chamava a atenção para o assédio e violência contra mulheres e igualdade de gêneros, foi quase total.

E Oprah Winfrey fez um discurso forte e empolgante. Se fosse candidata a qualquer cargo, ganharia.

O resto foi a surpresa de “Três Anúncios para um Crime” que ganhou 4 das 6 indicações: melhor filme drama, melhor atriz drama (Frances McDormand), melhor ator coadjuvante (Sam Rockwell) e melhor roteiro.

Empataram com dois prêmios:

“Lady Bird –  A hora de Voar”: melhor filme de comédia e melhor atriz comédia Saoirse Ronan;

“A Forma da Água”: melhor diretor (Guillermo del Toro) e melhor música original (Alexandre Desplat).

E com um Globo de Ouro:

“The Darkest Hour – O destino de uma nação”, melhor ator drama(Gary Oldman; “Um desastre de Artista”, melhor ator comédia (James Franco); “I, Tonya”, melhor atriz coadjuvante (Allison Janney); “O Rei do Show”, melhor canção(“This is Me”) e o melhor filme estrangeiro foi para a Alemanha “In the Fade – Em Pedaços”.

Para a televisão o grande vencedor da noite foi a série “Big Little Lies”. Merecido.

Fora o vestido preto e a Oprah, o resto foi meio sem graça, com alguns pontos altos como Catherine Zeta-Jones, Penélope Cruz, Natalie Portman, Isabelle Huppert e Angelina Jolie que ficam bem em qualquer cor. E as lindinhas e alegrinhas Nicole Kidman, Laura Dern e Reese Whiterspoon que pareciam estar num episódio da série vencedora.

Vamos ao Oscar?

 

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Um Reino Unido

“Um Reino Unido”- “A Unite Kingdom”, França, Reino Unido, 2016

Direção: Amma Asante

Quando aqueles dois se conheceram em Londres, depois da guerra, em 1947, não poderiam adivinhar como seria a história que iriam viver.

Ele estudava Direito. Ela era secretária. Seretse Khama (David Oyelowo) era negro. Ruth Williams (Rosamund Pike) era branca. Foi amor à primeira vista.

Já nos primeiros encontros percebemos que se sentem próximos, atraídos fortemente um pelo outro.

Mas, inesperadamente ele conta para ela a história de sua vida:

“- Tenho uma irmã. Nossos pais morreram quando eu tinha 3 anos. Fomos criados por meu tio, que foi o regente do país enquanto eu me preparava para ser o rei. Agora preciso voltar para o meu povo”, diz ele para Ruth que, surpresa, pensa que ele se despede dela.

“- Não! Você não entendeu. Não posso viver sem você!”

Mas, muitas lutas viriam, sendo que a primeira, a má vontade da família dela com ele, foi a menos difícil. Casaram-se com amigos como testemunhas e seriam felizes, apesar da tensão das famílias, se algo importante não fosse um problema. Seretse era rei. Ela era branca. Como seria vista pelo povo dele? Uma rainha branca?

A política do “Apartheid” de Daniel Malan da África do Sul, obrigava negros e brancos a jamais se misturarem. Que dirá casar…

E os ingleses não tinham nenhum interesse em apoiar o herdeiro do trono com suas ideias liberais e democráticas, pregando independência do Reino Unido e o direito aos recursos naturais de seu país, que, no caso, eram diamantes, recém descobertos e já alvo de cobiça.

Mas, contra tudo e todos, Seretse é o herdeiro legítimo do trono de seu avô, no país que mais tarde será a Botswana e vai lutar por seus princípios. E Ruth, em nome de seu amor, vai ajudar o marido nessa luta. Ela mostrou-se à altura do rei, fazendo tudo que podia para mostrar ao povo que ela era um deles, que aquele país era seu lar.

A diretora Amma Asante consegue transmitir toda essa história da luta do casal contra gigantes como o Reino Unido, a pressão pelo “apartheid” e o respeito que o povo de Seretse tinha por suas tradições.

O carisma do casal foi um fator importante na sustentação dessa luta mas o amor deles foi o que os levou à vitória extraordinária que eles conquistaram.

O filme é baseado em fatos reais, contados no livro “Colour Bar” de Susan Williams. Durante os créditos finais aparecem fotos do casal.

“Um Reino Unido” conta uma bela história que vale a pena ser conhecida.

 

 

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