Emma (1996)

“Emma” – Idem, Reino Unido, Estados Unidos, 1996

Direção: Douglas MGrath

Oferecimento Arezzo

Nada de tiros, correrias, sangue. Em “Emma” reina a calma e o luxo entre ingleses do século XVIII. Uma pausa para deliciar nossa necessidade de beleza e, ao mesmo tempo, conhecer melhor a condição humana, que é sempre a mesma debaixo das aparências. Ninguém é livre de errar e consertar o erro, se puder.

A protagonista é Emma, nome do livro no qual se baseou o filme, escrito por Jane Austen (1775-1817). É interpretada por Gwyneth Paltrow, com 24 anos, radiante e elegante sem exageros. Sua irmã mais velha é casada e mora longe. Cabe a Emma tomar conta da casa enorme, muitos criados e fazer companhia ao pai viúvo que ela adora.

O cunhado de Emma é irmão do melhor amigo dela. O Sr Knightley (Jeremy Nortam), aos 37 anos, é disputado pelas moças solteiras mas ele não parece ter olhos para nenhuma delas, a não ser Emma. Mas ela não percebe isso porque não pensa em casar-se. Seu lugar é ao lado do pai. Ela tem uma vida agradável e calma e nada lhe falta.

Mas ela é mandona. De uma maneira delicada, às vezes fala mais do que devia. E tem mania de casar suas amigas. Sua primeira vitória foi casar sua governanta com um homem rico e com boa posição social. Foi bem sucedida.

Mas, por causa desse sucesso, Emma pensa que tem o poder de mandar na vida das pessoas e comete erros de julgamento e se engana com os pares que quer formar. Isso causa constrangimento e infelicidade. Tudo sem querer, claro, mas por causa da onipotência sem limites de Emma.

Talvez, para não pensar e receber um não como resposta, ela não se permite interessar-se por alguém. Emma tem medo de amar. E se fecha. Tenta viver o amor alheio através dos pares que decide formar, mas fracassa.

A beleza do campo inglês é o cenário para cavalgadas, piqueniques e longos passeios pelos arredores. Ninguém trabalha e a única nota sobre a vida fora desse mundinho ideal, são os ciganos que existem e assaltam os desavisados.

Para mudar um pouco de temas nos filmes, “Emma” é uma festa para os olhos e para os corações românticos.

Não nos calaremos

“Não nos calaremos” - “Ni una más”, Espanha, 2024

Direção: Eduardo Cortés

Naquele dia, na saída do colégio, os alunos foram surpreendidos por uma faixa colocada sobre o portão de entrada e saída que dizia: “Cuidado! Aí dentro se esconde um violador”.

Foi trabalho de Alma, uma menina de 17 anos, morena de olhos claros, que todos conheciam por ser rebelde, inteligente e corajosa.

Mas tudo começou bem antes. Alma e suas amigas, Greta e Nata, tinham que estudar bastante para o vestibular mas preferiam dançar na balada, fumar, beber e namorar. Aliás a sexualidade estava mais do que nunca à flor da pele e as garotas brincavam tirando fotos safadas no celular e postando. Ainda não entendiam que era uma escolha perigosa. Tudo isso com muita bebida e drogas.

Os pais de Alma pressionavam para que estudasse e chegasse cedo em casa. Mas ela se irritava e achava que não era mais um bebê e fugia de casa. Muita coisa vai acontecer e as meninas terão que amadurecer e deixar de levar a vida na brincadeira.

A série de 8 capítulos tenta fazer com que os jovens passem a se conscientizar de que coisas terríveis podem acontecer se não respeitarem limites. Porque nem todos os rapazes aceitam um “não” das meninas. E mesmo elas terão que pensar que serão culpadas do que acontecer, se perderem a noção de que beber e drogar-se até perder o controle, será colocar-se numa situação perigosa, sem necessidade.

A série discute o que é “estupro” e “sexo com consentimento”. E há cenas ousadas, que não são o objetivo da história mas que servem como um alerta para que, depois, não haja arrependimentos.

Alma é a protagonista, que vai passar por uma mudança radical, aceitar o controle dos pais sobre drogas e influenciar as outras meninas que se colocam ao lado dela sobre o que acontecia na escola secretamente.

A adolescência é uma fase difícil de ser vivida já que não há ainda pleno discernimento e coragem para poder escolher o que serve e o que não precisa ser vivido.