Frankenstein

“Frankenstein”- Idem, Estados Unidos, 2025

Direção: Guillermo del Toro

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Mary Wollstonecraft Shelley (1797 – 1851), nascida Mary Wollstonecraft Godwin foi uma famosa escritora inglesa, criadora do doutor Frankenstein e sua Criatura.

A mãe de Mary, feminista, morreu dias depois de ter dado luz à sua filha, que foi criada então pelo pai, Willian Godwin, filósofo famoso por seus ataques à aristocracia e seus privilégios. Politicamente ele apoiava a anarquia e confirmou seu sucesso quando se colocou a favor da Revolução francesa.

Mary foi influenciada por esse ambiente em que cresceu, o espírito da época, o Romantismo. A medicina adotava já o método científico mas a alquimia e a astrologia ainda mantinham adeptos.

Mary tinha 18 anos quando começou a escrever o seu livro “Frankenstein”, depois de uma viagem ao lago Genève, com seu amante e futuro marido Percy Shelley e Lord Byron. Fazia um tempo frio apesar de ser verão. E um deles propõe um concurso. Quem escreveria o melhor conto de terror? Mary tivera um sonho em que o médico ressuscitava seu personagem, a Criatura. Mas ela não conseguiu escrever nada. Bloqueio.

Voltando à casa, Mary lutava com sua duplicidade. A ideia do médico e sua Criatura exerciam um fascínio sobre ela mas o conto só saiu meses depois. As conversas entre Byron e Shelley sobre vida e morte, a perda da mãe que ela não conheceu, as filhas mortas que tinha tido com Shelley, esse personagem que voltava dos mortos costurado, tudo isso colaborou para ela escrever mais do que um conto, uma novela de sucesso.

Ganhador do Oscar por seu filme “A Forma da Água”, o diretor mexicano Guillermo del Toro, se inspira no “Frankenstein” de Mary Shelley e entrega ao público um filme de uma grande beleza gótica, com passagens muito diferentes do livro. Sua Criatura, não é a mesma de Mary Shelley.

Vestida em trapos, vaga pela neve que cobre tudo, a Criatura (Jacob Elordi) perdida que quer ser amada. Assombra a todos que fogem amedrontados.

Menos ela. E há uma sintonia entre eles. Ele necessita de alguém que o faça crescer. Um igual a ele que o acolha e o ensine a ser humano. O criador (Oscar Isaac) quer destruí-lo.

A personagem feminina Elizabeth (Mia Goth) é a única que poderia ajudá-lo.

Ele ainda não tem maldade. Nasceu há pouco. Precisa aprender a falar. Há esperança?

Mulherzinhas – Little Women

“Mulherzinhas - Little Women – Estados Unidos”, 1994

Direção: Gillian Armstrong

Lançado em 1994, este filme foi a quinta adaptação para o cinema do livro de Louisa May Alcott. Nesse blog estão ambas as versões dos filmes de 2019 (publicada aqui em 19 de Janeiro de 2020 ) e a de 1994 (publicada agora, 2025). São duas resenhas diferentes sobre a mesma história mas com atrizes e diretores diferentes.

O livro foi adorado por toda uma geração que riu e chorou com as irmãs March, uma história que comove, encanta e é inesquecível.

Greta Gerwig foi a responsável pela última adaptação para o cinema e colheu aplausos e sucesso por onde passou. O mesmo aconteceu com a versão mais antiga que para muitos é a melhor de todas.

Tudo começa com uma noite de Natal na casa das March, que estão ansiosas pela chegada da mãe. Quando ela chega, traz também um desapontamento. Marmee, como carinhosamente a chamam, conta que a tristeza reina no casebre onde mora a família que a mãe delas ajuda. Eles não vão ter Natal. As meninas, quietas, entendem o pedido silencioso e concordam.

E saem com a neve abafando seus passos em direção à casinha de tábuas. Seus moradores não acreditam no que estão vendo. Uma mesa posta pelas meninas em frente à lareira está convidando para uma festa,

Marmee (Susan Sarandon) é assim. Generosa mas não impõe suas ideias. As meninas aprendem bondade com ela.

As quatro irmãs são muito diferentes. Jo, a espontânea (Winona Ryder) quer ser escritora e não acredita em casamento. Beth (Claire Denis) é delicada e frágil. Meg, a bela, é a mais velha e a caçula Amy (Kirsten Dunst) a romântica.

Os Estados Unidos estão em plena Guerra Civil e o pai delas está longe. Notícias são raras. Mas Marmee se esforça para haver um clima afetuoso entre elas.

Vamos ver como lidam com as tristezas e alegrias. Para distrair-se elas montam uma peça de teatro no sótão. Tudo é feito por elas, figurinos e cenários, acompanhadas sem saber por Laurie (Christian Bale) neto do vizinho rico, que também quer participar de tudo que as March fazem.

Este filme é um drama romântico baseado na vida de Jo, a que tem a personalidade mais marcante. Ela vai lutar para dar conforto para a família. E alcançar o sucesso.

E tudo vai acontecer no tempo e na hora certas, nos envolvendo com emoção.