12 Jul, 2025
“Brick”- Idem, Alemanha, 2025
Direção: Philip Koch
Oferecimento 
Cansada de ver muitos filmes sem atrativos, aceitei dar uma chance a “Brick”. Não me arrependi. Não é nenhuma obra de arte mas me fez lembrar de Bunuel e seu “Anjo Exterminador” de 1962.
O roteiro começa com um casal discutindo se iriam ou não largar tudo e recomeçar a vida em Paris. O marido diz que não é hora de mudar tudo tão precipitadamente, enquanto a mulher não concorda mas aceita, à contra gosto. Ela tinha até já se despedido do emprego.
E o filme toma um rumo que poderia ser visto como o de Bunuel ou sem metáforas. Vai depender de seu grau de apego à realidade ou se você curte mistério e ficção científica. E metáforas psicológicas. Há várias maneiras de ver o filme.
O casal vai acordar no dia seguinte com uma surpresa desagradável, até mesmo assustadora. Portas e janelas que dão para o exterior do prédio onde moram estão barrados por um muro de um material estranho e resistente. Não existe saída. Depois de algumas tentativas mal sucedidas para destruir os tijolos negros, resolvem procurar outro tipo de solução. Vizinhos aparecem de buracos abertos nas paredes internas.
O filme segue nessa toada dependendo da inteligência e da capacidade de resolver enigmas dos personagens.
Claustrofobia, desespero, amor e ódio entre eles fazem daquele grupo de seis pessoas um pequeno mundo fechado. A sobrevivência está em jogo e a solução parece um jogo da morte.
“Brick” não é inesquecível mas é original. Vale a pena ver o filme e seguir essa procura de saída de um problema de difícil solução.
Viver não é fácil.
2 Jul, 2025
“A Encantadora de Tubarões”- “Shark Whisperer”, 2025, Estados Unidos
Direção: JP Stilles
O mar azul transparente é o cenário de um encontro que amedrontaria a maioria das pessoas. Mas Ocean Ramsey, uma bela loura parece à vontade entre aqueles tubarões enormes.
Ela é conservacionista marinha, mergulhadora e ativista da causa dos tubarões. Nada todo dia com eles para mostrar às pessoas que tubarões não são monstros. Ocean já tinha sido atacada sem maiores consequências e queria compreender o comportamento desses ”terrores” dos mares.
Ela aprendera muito sobre esses animais e tinha uma enorme empatia por eles .Conversando com o fotografo Juan Oliphant, ela confessa que prefere a companhia dos animais em seu meio ambiente do que a companhia dos seres humanos.
Oliphant está apaixonado desde o primeiro dia que a conheceu e vai com ela para o mar profundo fotografar a moça corajosa em sua coreografia perigosa. Os dois compartilham a curiosidade e o fascínio que esses enormes gigantes do mar exercem sobre eles.
As fotos saem incríveis. Todo mundo no Havaí fala sobre Ocean. Uns a criticam: ”Ela é exibicionista”. Outros a admiram.
O documentário da Netflix toma o partido dos tubarões. São vítimas de uma matança insensata. Seja porque os restaurantes fazem pratos com pedaços desses animais, seja porque são temidos. Na verdade esquecem-se do papel que os tubarões exercem no equilíbrio do meio ambiente marinho.
Ocean e Juan tem muito em comum. Ela diz para a câmera: “Ele é a única pessoa que me entende”.
Quem assiste a esse documentário sai diferente. Sai mais próximo de um perigo real mas passa a compreender que não é a matança dos tubarões que vai salvar o mar de um perigo de extinção de uma espécie que precisa ser compreendida.