As Três Irmãs

“As Três Irmãs” – “Jak-eun-a-sal-deul”, Coreia do Sul, 2022

Oferecimento Arezzo

Com boas críticas, essa série sul-coreana de 12 episódios conta a história de três irmãs nascidas no lado pobre de Seul mas que não se deixam abater pelos problemas da família. Trabalham bastante para conseguir uma vida melhor. São ambiciosas mas, como sabemos, a ambição pode atrapalhar a vida quando não encontra limites.

As irmãs mais velhas não podem contar com a ajuda do pai, alcoólatra, nem com a mãe, egoísta. Na verdade, as duas é que pagam as dívidas do pai e se preocupam com o futuro da irmã mais moça.

Oh in-kye (Park Ji-hu), a caçula, é a mais talentosa das irmãs. Pinta quadros a óleo com muita inspiração. Ela estuda na escola de arte com uma bolsa integral e seu desejo íntimo é conhecer o mundo. Mas é tímida e não quer que as irmãs se sacrifiquem por ela.

No dia do aniversário da menor, as duas mais velhas fazem uma surpresa, dando a ela uma excursão para a Europa. Mas a felicidade dura pouco porque a mãe delas interfere e some levando o dinheiro.

Assim, dinheiro é uma constante preocupação da irmã mais velha, Oh en-joo (Kim go-aun), que estudou contabilidade e sonha com uma casa só para as três, com grandes janelas. Divorciada, casou-se com o homem errado e diz que não quer saber de compromisso.  Mas, como é a mais bonita das três, sempre chama a atenção onde estiver.

A irmã do meio é contadora, Oh in-kyun (Nam Ji-hyun), mas quer ser jornalista. Morou um tempo com a tia-avó delas e fazia a contabilidade da rica senhora, que guarda um segredo do passado.

As três vão ter uma vida agitada, com muito dinheiro aparecendo do nada, ligações com uma família corrupta metida na política, uma mulher falsa e maldosa, lavagem de dinheiro, assassinatos e suicídios.

O enredo, cheio de reviravoltas, prende a atenção. São histórias que se entrelaçam com caminhos que não levam a nada e outros que trazem respostas que vão esclarecendo as tramas.

O visual é muito bem escolhido e ficamos conhecendo Seul em seu lado mais rico e mais pobre, com as famosas escadarias.

Os atores são ótimos e as atrizes muito bonitas, com suas peles de pêssego e cabelos escuros e fartos. O figurino é bem escolhido e um par de sapatos sexy e caríssimo tem lugar no enredo.

Mas a orquídea azul, rara e alucinógena, nascida e extinta no Vietnã e que nomeia uma associação perigosa é o ponto central do mistério maior dessa história.

“As Três Irmãs” fazem o tempo voar na tela com essa série da NETFLIX intrigante e envolvente.

Oi Papai

“Oi Papai”- “Hi Nanna”, Índia, 2023

Direção: Shouryur

Passa-se na Índia essa história de um pai (Nani) e sua filha pequena (Kiara Khanna). Os dois eram grudados. Havia muito amor naquela dupla mas não era um sentimento que não educasse a menina. Havia regras e limites na casa de Mahi. E ela obedecia nos estudos, onde brilhava. E era uma boa menina.

E como é gostoso ver os abraços, beijinhos e carinhos entre os dois. Toda menina sonha com um pai assim.

Moravam numa casa espaçosa e confortável e o pai dela era um fotógrafo de moda disputado.

Pluto, um Golden Retriever, já era adulto quando a história começa. Mas ele vivia com a menina e o pai desde quando era um filhote. Seu papel no que vai acontecer é importante. Prestem atenção.

Viraj, pai solteiro, cuidava da casa e lia todas as noites uma história para Mahi. E ela perguntava sempre com quem os personagens se pareciam. Queria visualizar a história.

E por aí começa a promessa de um dia contar para a filha sobre a mãe dela. Afinal Mahi já tinha 6 anos e não sabia responder quando lhe perguntavam sobre sua mãe. Era natural ela querer saber por que sua mãe tinha ido embora.

E o roteiro, que é filmado em Mumbai, Coonoor e Goa, em belas paisagens, passa a fazer voltas ao passado, com cortes para a atualidade. E vamos descobrindo o porquê de Viraj não querer contar a Mahi sobre a mãe dela. E, sobretudo, não falar sobre o segredo da doença da filha (fibrose cística, uma doença quase sempre mortal).

Uma bela mulher aparece nessa história por causa de Pluto, que passeava com Mahi. Ele foge e vai até a mulher que, assustada, salva Mahi de ser atropelada. As duas se tornam amigas e vão esperar que o pai chegue num restaurante.

Mas por que Pluto correu para aquela mulher? Ninguém se perguntou isso naquela hora.

Entendemos o vínculo que existiu entre Viraj e Yashna (tão linda quanto simpática) no passado, por causa dos “flashbacks”.

A história de um grande amor é o centro desse filme, contado de forma criativa e tocante. E a Índia é um país de cores alegres, sabores picantes e pessoas bonitas.

Claro que tem clichês mas isso não tira o brilho das performances dos atores ou da direção de Shouryuv.

E, como quase em todo filme indiano, há canções e danças animadas. O público indiano, grande fã do cinema de seu país, gosta disso. “Oi Papai” não podia fugir à regra.